quinta-feira, 15 de junho de 2023

01/05/1972 AGRESSÃO À DINA

Reportagem do Jornal Cinco De Março nº 582 de 1º à 7 de Maio de 1972.

Existem esforços para melhorar a nossa Polícia, mas os maus policiais continuam fazendo das suas.

SOLDADO INVADIU A CASA, QUEBROU NARIZ DA DONA E DESRESPEITOU MENOR

A murros, o soldado Jacob de Oliveira, da Rádio Patrulha, quebrou o nariz da senhora Valdina Marot, 39 anos, mãe de 2 meninas pequenas, aplicando-lhe uma surra, após invadir sua casa, na rua Florença, Quadra 24, Lote 12 na Vila Alvorada, por volta das 22,30 horas do último dia 24. Desconhecem-se os motivos da agressão.

Segundo relato da vítima, o soldado Jacob chegou à paisana com outro, também sem farda, no carro da própria Rádio Patrulha e, juntamente com os soldados que estavam de serviço, entrou na casa de Dona Valdina. Esta estava no banheiro, diz, e sairá para ver quem era. Sem explicações, os policiais deixaram a casa logo depois, ficando apenas o soldado Jacob (identificado com integrante da Rádio Patrulha), com outro, cujo nome ela ignora.

ATENTADO

“Sem nada entender, conta D. Valdina, segui os soldados até o portão. Voltando para dentro, encontrei o Jacob no meu quarto. Já desrespeitando duas amigas, que assistiam à televisão e passando a mão pelo corpo de uma garota que dormia.

Ela mandou, então que se retirasse, ao que o soldado respondeu com murros e empurrões, dizendo que era “autoridade”, mostrando o revólver na cintura.

A seguir o agressor prendeu-a no banheiro e passou a espancá-la. Por fim, ele largou a mulher que saiu correndo pelos fundos para chamar a polícia. Foi quando avistou um carro na Av. dos Alpes, na Vila União, onde seu agressor já estava conversando como os policiais. Foi intimada, juntamente com sua amiga Sônia, a dirigir-se no mesmo carro, à Rádio Patrulha, sendo acompanhada pelo agressor Jacob.

RÁDIO PATRULHA E PRONTO SOCORRO

Na Rádio Patrulha, Valdina diz que chegou toda ensanguentada. Sua presença naquela delegacia foi alvo de risos e chacotas por parte de alguns policiais, conforme contou a vítima.

Ela foi atendida à 1:30h, já do dia seguinte, no Pronto Socorro. Seu nariz estava com “ferida suturada e fratura”. Segundo o laudo médico.

Do PS foi levada de volta à sua casa, começando aí o problema financeiro, pois viu-se obrigada a gastar o que tinha, para poder comprar os remédios e fazer curativos que ainda hoje continuam no Hospital Geral.

NO ALTO COMANDO

Dona Valdina, aconselhada por pessoas amigas foi queixar-se diretamente ao Comando da Polícia Militar do Estado de Goiás, que determinou o cumprimento das medidas necessárias através de uma carta ao chefe da Rádio Patrulha que ela mesmo levou.

Naquele departamento policial, foi avisada de que providências já estavam sendo tomada e que um tenente ia aparecer em sua casa, depois para fazer o levantamento dos fatos, isso no dia 28. Mas até sábado de manhã, ninguém havia aparecido. E ela está apreensiva, pois teme que o agressor estando solto, possa espanca-la de novo ou até matá-la, já que ela denunciou ao Alto Comando.


 

quarta-feira, 7 de junho de 2023

13/12/1968 ESCOLHIDO O NOME DE VILA ALVORADA

DENOMINADA  NOME "VILA ALVORADA".

    Pela Lei nº 4.065 de 13/12/1968, que passou pelo gabinete do Prefeito Municipal de Goiânia e foi finalmente publicado no Diário Oficial do Município de Goiânia em 25/02/1969 nº 158 Folha 01, a Câmara Municipal de Goiânia decreta e o Prefeito de Goiânia Íris Rezende Machado sanciona que pelo artigo nº 01, fica pela presente lei, denominada Vila Alvorada, a vila que está sendo construída com recursos do B.N.H, próximo à Vila União, nesta capital.




 

terça-feira, 6 de junho de 2023

24/10/1969 CONVÊNIO DO GOVERNO FEDERAL COM A PREFEITURA DE GOIÂNIA PARA CONSTRUÇÃO DO GRUPO ESCOLAR NA VILA ALVORADA


CONVÊNIO ENTRE O GOVERNO FEDERAL E A PREFEITURA DE GOIÂNIA

TERMO DE CONVÊNIO QUE CELEBRAM O GOVERNO FEDERAL E A PREFEITURA DE GOIÂNIA - ESTADO DE GOIÁS PARA APLICAÇÃO DE RECURSOS FEDERAIS CONSIGNADOS NO ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO PARA 1969. 

    Aos 24/10/1969 em Brasília, o Governo Federal representado pelo Ministro de Estado da Educação e Culura, excelentíssimo senhor DOUTOR TARSO DUTRA E A PREFEITURA MUNICIPAL DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS, representado pelo excelentíssimo senhor LEONINO DI RAMOS CAIADO - PREFEITO MUNICIPAL. Acordam pelo presente termo de convênio cônscios da necessidade de atingir as metas do Plano nacional da Educação e de elaborar planos de educação articulados com aquele, estabelecer as condições para aplicação de recursos correspondentes ao auxílio pecuniário da União para expansão e aperfeiçoamento progressivo da Rede Nacional de Ensino Primário, através de convênios diretor com Prefeituras Municipais e excepcionalmente, com entidades do ensino primário gratuito. 

De acordo com os critérios fixados pela Portaria Ministerial nº 61 de 24/01/1968, destina recursos orçamentários para construção de 10 escolas primárias com 4 salas de aulas, entre essas uma unidade na Vila Alvorada em Goiânia. 



quinta-feira, 1 de junho de 2023

08/05/1972 - PROSTÍBULOS INVADEM OS NÚCLEOS DO B.N.H

FAMÍLIAS EM PÂNICO: MOÇAS VIRGENS VALEM MAIS NA TABELA.

Elas são bem protegidas. Manobram pauzinhos, amigas de políticos influentes. São as cafetinas. Estão instaladas nos principais núcleos do BNH e chegam ao cúmulo de negociar virgindades a preços que variam de 800 a 5 mil cruzeiros. As autoridades fazem olhos cegos e ouvidos moucos. É a eterna história. Pressionadas no centro da capital, agora elas buscam os conjuntos do Banco Nacional de Habitação. Nem só elas. Também os endinheirados, que negociam "direitos" de casas para elas alojar suas amantes.

Reportagem de Waldomiro Santos.

    A invasão é branca pacífica. E, ao que parece, consentida. Aos poucos, os conjuntos do BNH, notadamente da COHAB, estão se transformando nos maiores focos de prostituição da cidade, às claras ou às escuras, graças ao volume e as facilidades das transações com que as casas são vendidas sob o olhar complacente das financeiras. 

    O "direito" de um imóvel em Vila Alvorada, por exemplo, é comprado, em média, por três mil cruzeiros. Disso se aproveitam os velhinhos endinheirados que adquirem os imóveis dos operários para ali alojarem suas amásias.

    E a coisa está de tal maneira - afirma uma comissão de moradores a esse jornal - que as famílias residentes de moradores no conjunto já estão em pânico. As Vilas do BNH são hoje na maioria, os maiores redutos de prostíbulos e rendez-vous".

UM EXEMPLO

    "Valdina Marot, mais conhecida por "Dina", mora na Rua Florença, Quadra 24, Lote 12, em Vila Alvorada. É conhecida como a maior cafetina de menores em todo o Setor Sudoeste da cidade. Ela mesma se vangloriza dizendo que não há mulher, seja de que idade for, em sua zona de ação, que ela não possa aliciar para aventurar amorosas, contato que seja bem paga "pelo trabalho".

    A denúncia foi feita na redação do Cinco de Março por cinco vizinhos da casa da Valdina, "um dos mais prosperas rendez-vous de Vila Alvorada, e que, gradativamente, está se transformando no mais barulhento bordel da região" segundo nos declararam.

ALICIADORA

    A comissão acentuou que "Dina" é perita em aliciar menores de famílias pobres para o seu nefando comércio. "Fornecendo as pobres infelizes por preços altos, a clientes ricos que frequentam a sua casa".

    Contam:

    "Raro é o dia em que ali não aportam caçadores de aventuras, já com encontro previamente marcado por Valdina, ricaços motorizados que desrespeitam na famílias, expostas ao vexame de ver suas filhas constantemente abordadas, ora pelos caçadores de aventuras, ora pela própria cafetina".

    Os reclamantes encarecem por intermédio deste jornal, uma providência do Juizado de Menores no sentido de que fiscalize o lupanar e a ação de aliciadora, acentuando que Valdina mantém consigo inclusive, duas filhas, uma de 10 e outra de 8 anos, menores que assistem a todas as peripécias que ali ocorrem.

DE MUITO PRESTÍGIO

    "Valdina tem prestígio - assinalaram os moradores de Vila Alvorada. Nada menos de três abaixo assinados com dezenas de assinaturas, já foram endereçados as autoridades pedindo a remoção do rendez-vous, sem qualquer resultado. A mulherzinha tem força mesmo".

    Exemplificando narram: "No início da penúltima semana, chamados a agir por famílias moradoras na vizinhança, elementos da rádio patrulha foram desacatados severamente pela cafetina. Um dos soldados da guarnição, perdendo a cabeça ante as invectivas da mulher, deu lhe uns trancos que lhe resultou a fratura do nariz. Imediatamente. Valdina aprontou  o maior escarcéu. Em sua casa na hora, estavam algumas mulheres ali fazendo ponto e que também levaram a pior no sururu. Resultado: um dos soldados esta agora seriamente enrascado no episódio, em processo movido por ela, embora a guarnição da Rádio Patrulha tenha feito valer apenas sua autoridade e embora, também a ação dos guardas tenha sido elogiada por toda vila. pois já era uma providência que faltava", acentuaram.

PROVIDENCIA COM O BNH

Os queixosos terminam suas declarações ao Cinco de Março com uma advertência: 

"O dr. Rubens Zupelli - dirigente da COHAB precisa alertar-se. Os núcleos habitacionais da COHAB estão sendo transformados em reduto de prostíbulos. Não é só na Vila Alvorada. Em inúmeras unidades da COHAB principalmente durante a noite, em virtude da grande afluência de mariposas e desocupados do ruído de motocicletas e carros de luxo, o ambiente é de pandemônio, com elementos embriagados promovendo correrias desenfreadas e desrespeitando a população, na maioria operários que apenas querem sossego para repousar. Somente na Vilas Alvoradas e União - acentuaram - existem seis rendez-vous sem contar os que funcionam mais ou menos discretamente e as dezenas de casa suspeitas de manteúdas de ricaços.  

  


Reportagem retirada do Jornal Cinco de Março de nº 583 de 08 de maio à 14 de maio de 1972, página 10.